quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

"NA ILHA NÃO HÁ PESSEGUEIRO. HÁ PERCEVES"

Um fartote de palavras.
Bem ou mal rimadas entre si
Em viagens já realizadas
Foi assim que as descrevi.

No Alentejo a viajar,
Pelas praias da costa vicentina
Na charneca, o céu sem neblina
Vi os peneireiros a voar

 Imaginei uma onda gigante.
 Na praia grande do Porto Covo
Numa rocha não muito distante
Pousava um, preto, corvo.

Real, não imaginação.
Corre a água no Rio Mira
Nasce na Serra do Caldeirão
Pelo vale entre montes
 Passa sem parar por Odemira
Desagua em Vila Nova de Mil Fontes.

Entre Vila Nova de Mil fontes e Odemira,
Muito ocupados na pesca das ostras
Num barco a navegar no Rio Mira
Ocupantes, dois moços e três moças.

Porto Covo, Ilha do Pessegueiro,
Há um forte junto à praia, não na ilha
Na ilha, como canta Rui Veloso
Não há nenhum pessegueiro
Plantado por um vizinho de Odemira
Que dizem por amor morreu novo.
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

"PELA RACHA"

Não irei votar à sorte.
Porque penso bem votar
Sem mascara, sem capote
Vou votar pelo seguro
 Não no que estão a pensar.

Nas ondas a navegar!
Cai no fundo do mar morto
Pela racha da urna vai entrar
O meu boletim de voto.

 É contra a democracia.
Em branco não vai não
Com felicidade e alegria
Se constrói uma nação!

 Não a pretendo perder,
O faço de boa vontade
Em quem não vou dizer
 Por respeito à liberdade
Em segredo permanecer!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"ESTE PAÍS É UM SUCESSO"

O roedor de beldroegas!
Do povo merece desprezo
Mete o rabo entre a pernas
Da Tróika, ele tem medo?

Este país é um sucesso,
Governado por valentões
Vão pregar para o deserto
Grandessíssimos aldrabões.

Em tudo têm sucesso!
Dos corruptos apoiantes 
Da riqueza no inverso
Penduras bem falantes!

O que não existe na realidade,
Para o estrangeiro vão apregoar
Ministros sem personalidade
Tudo fazem para mais sacar!

Nas eleições de cara risonha,
Tudo prometem nada dão
Se eles tivessem vergonha
Não estavam onde estão!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

"FALA-NOS DE CARROS"

Não são palavras esquisitas!
Cidadão português do norte
Para escrever estas coisitas 
Tintinaine me deu o mote!

Para não falar de futebol
Falas-nos de carros
Sem pressa vai o caracol
Descalço pelos cardos!

Os carros gastam pneus,
E consumem petróleo
No tempo dos Fariseus
Seria outro o negócio!

Como eles viveriam,
Por cá também se viveu
E como se alimentariam
Isso dizer não sei eu!

Um mundo novo sem carros,
Para não haver tanta cobiça
Se não houvessem chaparros
Não haviam rolhas de cortiça!

Sem políticos há menos asneiras,
Sem alentejanos não há anedotas
Se não houvessem azinheiras,
Também não haviam bolotas!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 7 de dezembro de 2013

POR CAMINHOS DO ALTO ALENTEJO"

Por caminhos sem fim!...
Desde a Ponte Marechal Carmona!
sobre o Rio Tejo, em Vila Franca de Xira
pela Estrada Nacional 10, direcção Porto Alto,
Algumas das localidades por onde passei
em viagens de trabalho, no Alto Alentejo
Passando por Terrugem e Vila Boim.

Porto Alto e S. Gabriel
Taitadas e vendas Novas
Montemor-o-Novo
Évora e São Mansos
 Monte do Trigo e Portel
 Alqueva e Montoito
Alter do Chão e Montargil
Ponde de Sôr e Galveias
Castelo de Vide
 Alpalhão e Gáfete
Crato e  Cabeço de Vide
Portalegre e Alegrete
 Arronches e Barragem do caia
Campo Maior e Degolados
Monforte e Santa Eulália
Sousel, Cano e Casa  Branca
Veiros, Mora e Pavia
Arraiolos e Vimieiro
 Avis, Fronteira e Nisa.
Évoramonte e Redondo
Estremoz,  Borba e Vila Viçosa
Alandroal e Jeromenha
Elvas e Vila Fernando!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"VIAGEM AO BAIXO ALENTEJO"

Fui a Messejana!
No Baixo Alentejo
Pela ponte Vasco sa Gama
Passei o Rio Tejo.

Fui à feira de Castro
Passei por Ourique
Vi o Anastácio
Abraçado à Judite.

De Almodôvar
Caminhei para Mertola
Para a cidade de Andovar
Se mandou a Roberta.

De Garvão
Fui para a Funcheira
 Estava um calorão
  Foi no tempo da ceifa.

De Santa Luzia
Para o Vale de Santiago
À sombra dum chaparro
Descansava a Maria.

Das Fornalhas Velhas
Segui para Alvalade Sado
Vi um rebanho de ovelhas
A pastarem lá no prado.

De Grândola
 Para Alcácer do Sal
Vi na monda
As moças no arrozal.

Na Marateca
Parei para almoçar
De vinho bebi uma caneca
Continuem a caminhar.

De Águas de Moura
Segui para Setúbal
Nas mãos duma garota
Vi um lenço azul.

Do Laranjeiro
Fui para Cacilhas
Estava o pasteleiro
A enfeitar rosquilhas.

Para o Terreiro do Paço
Viajei num cacilheiro
Transportava num saco
Papo-secos o padeiro.

Subi a Avenida da Liberdade
Cheguei ao Marquês de Pombal
Para mais austeridade
Está a Tróika em Portugal
Irra! tanta vontade
Têm de nos fazer mal!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 1 de dezembro de 2013

(DIZ O AVARO)

Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.

Certo doutor, não das dúzias
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pediu
Para o livrar do defeito.

«Dez moedas!  (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso!

Se o Bocage ainda vivesse
O que diria ele de tanta roubalheira
Gritaria para que alguém o ouvisse
Sem dizer nenhuma asneira!

No lago com a tartaruga
Respondeu, não hesitou
Quando a Rainha lhe perguntou!
O que o ele estava a fazer, nada puta!

sábado, 23 de novembro de 2013

"O AGUILHÃO DO ESTADO"

Será o guião ou será aguilhão!
Do Estado, para ferrar nas bestas
Mais o sofrimento aumentarão
Com tantas crueldades feitas.

Assim qualquer um sacana
Elabora um guião tão estúpido
Sofre da agressividade desumana
Qualquer animal mesmo robusto.

Tudo tem, menos razão de ser
Nunca poderá ser posto em prática
Não sabe, portanto, desconhecer
Nunca, ele, defendeu a pátria.

Vendedor de ilusões
Aos beijinhos pelos mercados
Com medos dos empurrões
Não vai lá, só manda recados!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

NOBRE POVO, NAÇÃO VALENTE!

Intentona sapiência!
Inteligência conspurcada
Assistência dramatizada
Nobre povo, paciência.

Gabarolas vendedores
Mui nobre nação traída
Assaltada por traidores
Sem cura continua ferida.

Nobre povo, nação valente!
Isso já era há muito tempo
Já o não é com esta gente
Que a governa sem talento!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

"SE A MISÉRIA ENCHE-SE A BARRIGA"

Se a miséria enche-se a barriga!
A pobreza não passava fome
Havia mais qualidade de vida
Para quem trabalha, gente pobre.

Haveria mais comida para gente pobre
Se houvesse mais rica gente, do que gente rica
Em vez de ouro, se houvesse menos cobre
Para aqueles que nada produzem na vida.

Se houvesse, no mundo, justiça
 No mundo não houvesse exploração
Se a riqueza fosse bem distribuída
Não desligavam luz a gente sem dinheiro
Para comprarem o pão
Como fizeram no Bairro do Lagarteiro
Em vez de cegueta, deveria ser maneta
O governo da nação!